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sábado, 22 de janeiro de 2011

Notícia no 'Público': Quantas jovens se sentem motivadas a adiar a maternidade?

http://jornal.publico.pt/noticia/21-01-2011/quantas-jovens-se-sentem-motivadas-a-adiar-a-maternidade-21068310.htm

Algumas notícias da imprensa internacional questionam a hipótese de a crise estar a contribuir para a descida das gravidezes adolescentes - nos Estados Unidos também 2009 registou a taxa mais baixa. Mas nem todos os especialistas concordam com esta análise, uma vez que se, para diminuição das gravidezes adolescentes pesam as perspectivas em relação à carreira, então, retirando-lhes essas oportunidades no futuro, não será expectável que se voltem a focar na maternidade como projecto de vida?

Uma das reflexões incluídas num relatório da Unicef sobre os partos de adolescentes nos países desenvolvidos questiona "qual a proporção de adolescentes que se sentem fortemente motivadas para evitar a maternidade cedo, porque têm expectativas relativamente a educação e emprego e porque consideram viver numa sociedade avançada económica e socialmente, que lhes dá oportunidades".

O director da Associação para o Planeamento da Família, Duarte Vilar, admite que "pode haver a hipótese" de a crise contribuir não para uma diminuição, mas para um aumento de gravidezes em jovens, uma vez que "a ausência de projectos leva à maternidade na adolescência". Mesmo em contextos de pobreza, "muitas vezes, as gravidezes são desejadas e encaradas como projectos de vida".

A investigadora Eva Diniz também duvida que "a crise tenha o mérito de diminuir" a gravidez na adolescência, "até porque se observa que, invariavelmente, os países com maior taxa de gravidez adolescente são os mais pobres". Em muitos casos, nota, as adolescentes que engravidam "apresentam dificuldades no desempenho escolar, o que as faz afastarem-se dessa instituição e procurarem alternativas em que obtenham mais sucesso e realização, ou seja, aquilo que não obtiveram na escola". "Encontram isso num namoro", afirma, explicando que os motivos para adiar a gravidez - "os estudos, a profissão, o futuro" - deixam de ser tidos em conta.

Então, a crise e a falta de perspectivas quanto à profissão poderão, afinal, contribuir para que algumas jovens se foquem na maternidade como projecto de vida? Eva Diniz diz que, se "a maternidade de há uns anos para cá tem vindo a ser entendida como uma coisa que poderá ser prejudicial para a carreira, é compreensível que na ausência de um emprego possa voltar a haver espaço para a gravidez". M.J.L.